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quinta-feira, agosto 16, 2007

Cobre, porque é um circo!

Cerca, porque é um hospício!
Relaxa e goza, porque é um bordel!

Respeitável público. Com vocês, o Grande Circo-Bordel Brasil! No centro do picadeiro podemos ver a performance do palhaço Nove Dedos Teflon e da sua partner Marisa Parede Bege. Rodopiando nos trapézios, vemos a família inteira da estrela vermelha. Veja como eles dão entrevistas e equilibram, ao mesmo tempo, cargos e benesses com a desenvoltura das profissionais dos calçadões.

O globo da morte da TAM explode em chamas, vítimas por todos os lados, mas o palhaço Nove Dedos Teflon disfarça, assobia e olha para os lados. Sua partner, com cara de paisagem, traz o tom certo do bege no rosto. Tailleur combinando.

Senta que o leão é manso! gritam dos bastidores. Editoriais de jornais pipocam, o fogo consome a lona verde e amarela comprada sem licitação. O público, estupefato, é um torpor só. O fogo é apagado pelos bombeiros. Ambulâncias e olhos vermelhos de lágrimas e fumaças. Chagam os médicos e os analistas políticos. O palhaço Nove Dedos Teflon desaparece de cena. Breves vaias são ensaiadas.

Enquanto isso, vacas sagradas pastam no curral do Senado, bezerras douradas pululam no Planalto Central, transposição de verbas nas veias abertas das águas da integração alimentam a sanha das empreiteiras que irrigam as campanhas da companheirada, saraivadas de vaias reverberam em vão, águas profundas da Petrobrás, sanguessugas, mensalões, cuecões e dossiês para todos são oferecidos no programa do bordel Brasil. Cada um pegue o seu, pois a sacanagem foi liberada.

A trilha sonora da orgia é interpretada pela orquestra do maestro Gil e suas Pretas, que canta o samba enredo: "Nunca antes neste país" tema que acompanha a insânia. A mulher barbada Marta Suplício relaxa e goza, o domador Guido Manteiga saúda o caos do desenvolvimento, o contorcionista Waldir Moleza pede um aumento. O equilibrista Nelson Peleguinho se esconde nos camarotes.

Alheio à balbúrdia, o contra-regras Marco Aurélio Gracinha faz top top para a platéia com a vulgaridade dos subdesenvolvidos. É...nós ainda precisaremos subir muito para atingir o nível da baixaria comum. Por enquanto, ainda estamos no subterrâneo. Esses tipinhos barrigudos e barbudos do picadeiro-bordel Brasil, auxiliados pela gangue dos 300 picaretas não brincam em serviço.

Perdoem-me as piranhas, os esquizofrênicos e os palhaços, mas eles não são nada comparados a essa quadrilha profissional do Grande Circo-Bordel Brasil.

Tragam de volta a lona, as camisas-de-força e os lubrificantes. Cubram tudo porque é um circo. Cerquem tudo porque é um hospício. Relaxem e gozem porque é um bordel.

Apagam-se as luzes.