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terça-feira, outubro 03, 2006

Agora o bixo vai pegar...

Lula: ‘2º turno só atrasou a minha vitória’; Alckmin: ‘temos de unir esse país dividido’



Geraldo Alckmin
Em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira em São Paulo, o candidato Geraldo Alckmin (PSDB-SP) afirmou estar confiante para o segundo turno contra o presidente Lula (PT), candidato à reeleição. "Senti nas ruas crescimento da confiança. Chegamos numa curva ascendente ao segundo turno. Agora, precisamos unir os dois países que existem dentro de um só", disse, no primeiro dia após o final do primeiro turno.

O candidato afirmou também que o tom de sua campanha no segundo turno será "propositivo", mas não descartou referências à suposta compra do dossiê contra tucanos. "A sociedade brasileira está esperando as respostas: de quem é o dinheiro, quem é o dono das contas", disse.

O candidato também criticou os casos de corrupção no governo Lula, dando a entender que deve continuar a explorar o tema na campanha. "Não existem fatos isolados. Teve uma seqüência de casos de corrupção no governo Lula que não foram fatos isolados. Houve empresas estatais envolvidas, Congresso, ministérios", afirmou.

Sobre seu desempenho no Nordeste, Alckmin afirmou que segundo turno "é outra eleição". "Venci a eleição em Aracaju e quase empatamos em Sergipe. Segundo turno é outra eleição. Zera e começa de novo", afirmou.

Alckmin afirmou que terá o apoio dos governadores tucanos Aécio Neves (MG) e José Serra (SP) em sua campanha pelo país. "Diga-me com quem andas, e dir-te-ei quem és", disse, sobre os dois aliados, governadores mais bem votados do país. Sobre apoios de outros partidos, o tucano afirmou que telefonou a Cristovam Buarque, mas não confirmou o apoio do PDT.

Geraldo Alckmin criticou também a economia, afirmando que o país tem "andado de lado" e é o "penúltimo da América Latina" em crescimento. Questionado sobre propostas de campanha, Alckmin falou citou apenas um "grande projeto nacional de desenvolvimento" e uma "agenda de crescimento".

O tucano afirmou também que comparecerá aos prováveis debates na televisão nesta segunda fase da campanha.


Luiz Inácio Lula da Silva
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez na tarde desta segunda-feira, em Brasília, o seu primeiro pronunciamento após a divulgação dos resultados do primeiro turno e também deu uma rara entrevista coletiva em seus quase quatro anos de mandato. Ele disse que a realização do segundo turno só atrasou um pouco a concretização da vitória dele na busca pela reeleição.

Lula parabenizou o povo brasileiro pelo comportamento nessas eleições, pelo comparecimento às urnas e falou da tranqüilidade em que transcorreu o processo de votação e de apuração de votos. Ele afirmou que, embora todos os candidatos desejem ganhar no primeiro turno, acredita que o segundo turno vai ser "benéfico e esclarecedor para os eleitores brasileiros".

Conforme Lula, ter apenas dois candidatos permite um esclarecimento melhor das propostas e um confronto mais eficiente de idéias. "Vai ser uma campanha mais justa", afirmou. Sobre a possibilidade de sua ausência no debate da TV Globo ter lhe tirado votos, ele afirmou que infelizmente não tem "bola de cristal" para saber o que poderia ou não garantir votos.

E portanto, não pode afirmar se esse fato teve alguma influência nas urnas. Porém, disse Lula, muitos candidatos juntos em um mesmo debate não qualificam o confronto de idéias, o que só é possível com um número reduzido de participantes.

Ele afirmou ainda que não pode assegurar que o escândalo do dossiê tenha sido o responsável por ele não vencer no primeiro turno conforme previam as pesquisas de antes do episódio. "Não houve vitória porque faltou voto. Mas certamente não vai faltar no segundo turno", disse.

Lula disse que não vai ficar tranqüilo até que tudo seja investigado. "Ninguém, mais do que eu, quer ver tudo esclarecido", destacou, ao defender a divulgação de fotos de dinheiro para a compra do dossiê. O presidente, porém, não quis atribuir aos petistas envolvidos no caso do dossiê como responsáveis por ele não ter ganho no primeiro turno.

O candidato petista destacou ainda que não é contra nem vai tentar impedir a instalação de nenhuma CPI. "Se o deputados e senadores acharem importante fazer uma CPI, que colham as assinaturas necessárias e a façam", destacou.

Sobre o apoio que ele ou Geraldo Alckmin, seu opositor do PSDB, possam receber no segundo turno dos partidos que tinham candidatos à Presidência no primeiro turno, Lula afirmou que militantes e eleitores não costumam esperar as decisões de apoio das executivas dos partidos. Ele elogiou a declaração da candidata do Psol, Heloísa Helena, de que seus eleitores eram livres para fazer a escolha que quiserem.

(Fonte Gazeta Online)